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quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Livro Preconceito Linguístico - Marcos Bagno


Quantas vezes você já ouviu, e até mesmo falou frases como "português é muito difícil", "brasileiro não sabe falar português" ou "fulano fala errado" ? 

Em seu livro Preconceito Linguístico, Marcos Bagno mostra como tais dizeres não passam de mitos, que são impostos e proferidos a partir do incentivo de pessoas conservadoras e tradicionalistas que, na verdade, encobrem com isso o seu verdadeiro preconceito.

Diariamente, pessoas deixam de dizer o que pensam e perdem oportunidades por medo de serem reprimidas por seu modo de falar ou escrever.

No entanto, é uma repressão totalmente infundada, uma vez que, em nossa língua, não deveria existir "certo" e "errado".

O Brasil é um país de grande extensão territorial e enorme desigualdade social. Com isso, é de se esperar que haja assim uma evidente variedade linguística entre os falantes.

As gramáticas apenas registram o que é considerado "padrão", mas devem ser levados em conta a escolaridade, a naturalidade, o nível socioeconômico e outros fatores externos e internos antes de julgar a fala de determinado indivíduo.

Dando exemplos, citando trechos e nomes e fazendo reais referências, Bagno apresenta um conteúdo leve e de grande credibilidade, desvendando os mitos proferidos por tantas pessoas e mostrando que você não deve ter medo de se pronunciar, pois é a variedade é uma das principais características de nosso país.


instagram @livrosepaixoes_

quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

A Livraria Mágica de Paris - Nina George - Trechos & Frases

Pense em um livro lindo...

Agora multiplique por 10.

A Livraria Mágica de Paris está mais ou menos nessa escala para mim.

Meu contato com a obra de Nina George foi de amor à primeira vista.

Quando uma amiga me indicou, senti uma grande vontade de iniciar a leitura imediatam
ente, e foi o que fiz.

Não sabia exatamente o que esperar, mas só por envolver livros e a cidade das luzes, ele já me cativou.

E me surpreendeu;

E encantou;

MUITO.

Durante a leitura, pensei em como seria fazer uma resenha de uma obra tão incrível, e cheguei à conclusão de que seria impossível transmitir com minhas palavras, tudo aquilo que ela me proporcionou.

Decidi então postar apenas meu agradecimento à amiga que me indicou e à autora FABULOSA que se mostrou Nina com uma história 100% acolhedora e cativante.

Para que vocês também tenham a oportunidade de se encantar, vou deixar aqui algumas frases que me tocaram durante a leitura, e espero que possam despertar o interesse de vocês, pois garanto que vale a pena!


Trechos de A Livraria Mágica de Paris:



  • "Memórias são como lobos. Não se pode encerrá-las e esperar que deixem você em paz". - Página 12

  • "E a percepção de que fora ingênua demais, primeiro ao acreditar que o amor que um dia compartilharam seria suficiente para lhe garantir um tratamento decente após a separação, e, segundo, por pensar que conhecia tão bem o marido a ponto de não imaginar que ele pudesse ­surpreendê-la." - Página 12

  •  "—  Eu também posso lhe dar um livro.

A luz da escada se apagou.

—  Que livro? — perguntou, sussurrando, a forma oval.

—  Um que a console.

—  Mas eu preciso chorar. Senão vou me afogar. O senhor ­entende?

—  Claro. Às vezes você nada em lágrimas não derramadas e pode acabar afundando se prendê-las. — E eu estou no fundo desse oceano. — Vou trazer um livro de chorar, então" - Página 14

  • " —  Com todo respeito, o que a senhora lê é mais importante, a longo prazo, do que o homem com quem se casará, ma chère ­Madame" - Página 15

  • "Livros não são como ovos. Só porque um livro tem alguns anos nas costas não significa que esteja podre" - Página 16

  • "Renda-se às riquezas dos livros em vez de entrar em relacionamentos sem sentido com homens que a negligenciam, ou de começar dietas malucas porque não é magra o bastante para um homem, ou burra o suficiente para outro." - Página 16

  • "Livros nos protegem da burrice. De falsas esperanças. De homens vaidosos. Despem a senhora com amor, força e conhecimento. São o amor que vem de dentro. Tome a sua decisão: livros ou...
    " - Página 16

  • "—  Eu sempre me perguntei por que as pessoas não escrevem mais livros sobre viver. Morrer, qualquer um consegue. Agora, viver?" - Página 22

  • "Foi exatamente para atenuar esses sofrimentos inexplicáveis, mas ainda assim reais, que Perdu comprou o barco que, na época, ainda era uma barcaça de carga e se chamava Lulu; ele o reformara com as próprias mãos e o enchera de livros, os únicos remédios para as inúmeras e indeterminadas doenças da alma." - Página 23

  • "—  Veja bem, Jordan — disse Perdu, recorrendo a uma nova tática. — Um livro é médico e remédio ao mesmo tempo. Faz o diagnóstico e oferece tratamento. Combinar os romances certos com as enfermidades em questão: é assim que vendo livros" - Página 26


  • "—  Minha mãe disse que ele não pensa assim. Só não consegue expressar seu amor. E todas as vezes que ele me xingava e batia, na verdade estava apenas me amando muito.
Nesse momento, Perdu tomou seu jovem acompanhante pelos ombros, fitou seus olhos intensamente e disse, enfático:
—  Monsieur Jordan. Max. Sua mãe mentiu porque queria confortá-lo. Mas é loucura interpretar maus tratos como amor. O senhor quer saber o que minha mãe dizia?
—  Não brinque com essas crianças sujas.
—  Ah, não. Ela não é elitista. Ela dizia que muitas mulheres são cúmplices de homens cruéis, indiferentes. Mentem por esses homens. Mentem para seus filhos. Porque elas mesmas foram tratadas dessa maneira pelos pais. Essas mulheres querem acreditar que, por trás da crueldade, se esconde o amor, para não enlouquecerem de dor. Mas o fato, Max, é que isso não é amor.
Max limpou uma lágrima do canto do olho.
—  Muitos pais não amam seus filhos. Para eles, os filhos são um fardo. Ou enfadonhos. Ou assustadores. Esses pais se ressentem dos filhos porque viraram pessoas diferentes do que eles imaginaram. E se irritam com os filhos porque são o desejo da mulher de solidificar um casamento em que não há o que solidificar. Seu meio de forçar um casamento amoroso onde não há amor. E esses pais descontam nos filhos. Não importa o que façam, os pais sempre os tratarão de forma odiosa e malvada.
—  Pare, por favor.
—  E os filhos, os filhos pequenos, carinhosos, saudosos — continuou Perdu, com suavidade, pois a tortura íntima de Max o tocava imensamente —, fazem de tudo para ser amados. De tudo. Pensam que com certeza são culpados pelo fato de o pai não conseguir amá-los. Mas, Max — nesse momento, Perdu ergueu o queixo de Jordan —, eles não são culpados. Você já descobriu isso em seu maravilhoso romance. Não podemos decidir amar. Não podemos fazer ninguém nos amar. Não há receita. Há apenas o amor. E nós estamos a sua mercê. Não podemos fazer nada.
Max chorava copiosamente, caído de joelhos e abraçado às pernas de Monsieur Perdu.
—  Está bem, está bem — murmurou ele. — Vai passar. Quer pilotar um pouco?" - Página 78


  • "Ah, não, não quero voltar a ter vinte e um anos, pensou Jean. Só se pudesse ter o mesmo conhecimento de hoje.
    •  Ah, que droga. Ninguém ficaria inteligente se não tivesse sido jovem e estúpido em algum momento" - Página 81


  • "O medo muda seu corpo como um escultor desastrado altera uma pedra perfeita”, Perdu ouviu a voz de Vijaya dentro de si. “Só que você é esculpido por dentro, e ninguém vê quantas lascas e camadas foram tiradas. No íntimo, fica cada vez mais fino e instável, até o menor sentimento chateá-lo. Alguém te dá um abraço, e você pensa que vai quebrar e se perder.”

Se Jordan alguma vez precisasse de um conselho paternal, Perdu lhe diria: “Nunca ouça o medo! O medo emburrece.” - Página 83


  • "Para amar, é preciso muito mais coragem e muito menos expectativa." - Página 151


  • "E, sim, dor de amor é como luto. Porque você morre, porque seu futuro morre e você dentro dele… e existe esse tempo ferido. Ele dura muito." - Página 183



  • "—  Todas as pessoas têm um quarto em seu íntimo, no qual seus demônios espreitam. Apenas quando as pessoas o abrem e o enfrentam é que ficam livres — dissera Catherine." - Página 212



sábado, 5 de janeiro de 2019

Pollyanna & Pollyanna Moça

Pollyanna é... uma garota totalmente incomum!

Só pelos comentários que li a respeito dessa obra, meu interesse foi imediatamente despertado.

"Essa história transformou a minha vida" ... "Pollyanna mudou a minha perspectiva de como enxergar a vida" ... "Um exemplo a ser seguido" ...


Bem, agora, após finalizar a leitura, devo concordar com tudo isso.

Pollyanna é uma menina de 11 anos que, ao ficar órfã, precisa se mudar para a casa de sua tia, a única pessoa ainda viva da família.

A partir daí já imaginamos uma garota deprimida tentando ser amparada da melhor forma, mas não é bem isso que acontece, e sim algo bem próximo do contrário.

Polly, sua tia, só aceita receber a garota pois considera aquilo um DEVER a ser cumprido. Mas a situação claramente não a agrada, já imaginando uma menina inconveniente atormentando sua vida.

Apesar de ter muito dinheiro e morar em uma casa enorme, Polly determina que a sobrinha ficará em um quarto abafado e escuro, bem distante do seu.

A princípio, a garota fica um pouco desapontada com isso, pois sonhava com um quarto alegre, repleto de quadros e tapetes. No entanto, ela
logo se anima, ficando contente por ter aquele amparo.

E assim a garota revela sua personalidade, uma menina que busca em todas as situações, um motivo para ficar contente, graças a um jogo que seu pai havia lhe ensinado antes de falecer.

Aos poucos, Pollyanna é capaz de ir amolecendo não apenas o coração da tia, mas de todos aqueles que cruzam seu caminho e aparentam desânimo e infelicidade.

Isso é apenas o começo da história, e não vou dar spoiler para não perder a graça, pois muitas cenas surpreendentes acontecem nessa obra ímpar.

Ao começar a ler o segundo volume, Pollyanna Moça, tive receio de que a menina perdesse aquela magia da infância, mas mais uma vez Elenor H. Porter me surpreendeu.

Há quem diga que a felicidade constante da menina seja na verdade uma euforia e fuga de seus problemas, o que discordo, uma vez que a menina sofre SIM, tem seus momentos de tristeza e desespero SIM, mas logo se recompõe em busca de uma solução para os desafios.

Uma história realmente encantadora, que pode ser apreciada por leitores de todas as idades e serve como grande motivação e inspiração!