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segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Capítulo 1


Faltam 10 minutos para o meu aniversário. São 23h50min do dia 29 de julho e, se me perguntassem o que passa pela minha cabeça nesse momento, eu realmente não sei o que responderia.

Em primeiro lugar, tudo isso pode parecer bobeira, já vou completar 17 anos, mas queria minha mãe aqui comigo agora.
Tá, até aí tudo bem, mas é que ela está no cômodo ao lado, dormindo porque diz estar muito cansada.

Acontece que, até ano passado, em todos aniversários em que me lembro, ela virou essa data comigo, esperando a meia noite para cantar parabéns e me dar um abraço apertado mesmo estando caindo de sono.

E o pior é que acabei brigando feio com ela por causa disso. Fui até lá pulando de alegria, pensando que ela estaria na mesma vibe que eu e acabei sendo repreendida, escutando um resmungo de "vai pra sua cama Júlia, eu preciso dormir, trabalhei o dia todo e não estou de férias como você pra estar nesse pique a essa hora da noite. Amanhã a gente comemora."

Poxa, não precisava falar desse jeito, né?! 10 minutinhos a menos de sono não fariam tanta diferença assim. Retruquei dizendo que ela era insensível e egoísta, e que eu só achei que ela iria querer ser a primeira a me desejar um feliz aniversário como sempre havia sido e voltei com lágrimas de raiva para o meu quarto, onde ainda tinha a minha irmã, que também já estava apagada.

Clara é menos de dois anos mais velha que eu, mas parece ter uns duzentos! Até alguns anos atrás conseguia fazê-la ficar acordada também, mas agora nem tento mais, a mania de dormir cedo aqui em casa é maior que tudo, e olha que estamos de férias!.

Na ansiedade dos últimos minutos com 16 anos, me deitei novamente e comecei a pensar em quem seria então a primeira pessoa a me mandar mensagem. A Bia, minha melhor amiga, conheceu um cara recentemente e agora só que saber de namorar, nem deve estar lembrando mais da data. Luísa e Laura, minhas duas outras companheiras nem se fala... hoje é sexta feira, com certeza estão aprontando alguma.

Pego meu celular pra olhar as horas e parece ter passado uma eternidade, mas ainda faltam 4 minutos para o grande dia.
Vejo a luz de notificação piscando na cor roxa, e isso só pode significar uma coisa... mensagem do Artur.
Mas calma, não vá se apressando, não é o que pensa. Mais conhecido pelos amigos como "Leal", que é seu sobrenome, o menino da mensagem é um amigo das antigas. Nem muito alto, nem baixo, assim como eu, que tenho 1,73m, olhos pequenos e cabelos castanhos, ondulados quando estão maiores.
Nos conhecemos a 2 anos e meio, quando ele teve que repetir de ano e foi para a minha sala. Desde então, ele é visto por todos do colégio como o engraçadinho, aquele que faz piadas durante todas as aulas e se diverte zombando das meninas. Mas comigo é um pouco diferente.
Claro que levei mais de um ano e meio pra que ele parasse de fazer tanta gracinha comigo e me levasse pelo menos um pouco a sério, mas com a amizade que criamos se fortalecendo tanto, eu o vejo agora como meu melhor amigo, aquele que conversa comigo desde os assuntos mais bobos até questões de conflitos familiares... mas então, essa história vai ficar pra mais tarde.
Abro o chat e é ele, dizendo já estar preparado para a legenda da minha foto de aniversário, que dessa vez vai surpreender, e já até imagino o nível da piada! Faltam apenas 2 minutos, e até ele sai do chat e me deixa sozinha na conversa.

Escuto barulho de pés batendo no corredor, e de repente sou pega de surpresa pela minha mãe, que invade meu quarto pulando e cantando. Nesse momento meus olhos já começam a encher de água. Eu sabia! Nos damos bem demais para passar esse dia em um clima ruim. Reconheço que fui um pouco dramática e ela também se desculpa por ter sido fria comigo logo nesse dia. Eu simplesmente A-M-O fazer aniversário. Para mim é um dia mágico, em que tudo tem mais cor e parece magia. Agradeço por ela ser tão perfeita para mim e digo para ir descansar, já que teria que aguentar meu ânimo sem fim durante meu dia preferido do ano quando acordasse.
Respiro aliviada, e vou checar a primeira mensagem, que é de uma amiga da minha antiga escola, fazendo um textinho super fofo! Incrível como mesmo com a distância física nos sentimos tão conectados a outras pessoas!
A próxima é do Artur, que diz apenas "olha o instagram"
Vou correndo verificar, ansiosa pra saber qual foto ele escolhera e, principalmente, doida para ver a legenda.

Não sei quanto tempo passo encarando o celular, em choque com o que estou vendo. Primeiramente, não imaginava que ele postaria exatamente à meia noite, muito menos se tratando daquela foto e de uma legenda daquelas.
Comecei a relembrar o dia em que a foto fora tirada, havia mais ou menos duas semanas. Eram férias de julho, e como ele tinha mudado de colégio no final do ano anterior, isso impedia que nos víssemos com frequência, mas conversávamos por mensagens o dia inteiro. Acontece que acabamos discutindo no início das férias e decidimos marcar de encontrar pra resolver a questão, já que ele sabe que prefiro resolver essas coisas pessoalmente.
Combinamos de ir ao cinema, escolheríamos o filme lá, já que tinham vários bons em cartaz.
Bem, mas não foi exatamente assim que aconteceu. Desde que eu o conhecia, o Artur tinha um cachorrinho muito fofo, mas que eu ainda não tinha visto pessoalmente, era apenas a fã virtual. Ele não passava uma semana sem me enviar fotos do Bambam, e eu sonhava em conhecer aquele bichinho.
Naquele dia fiquei sabendo que a mãe dele poderia levá-lo até o shopping para eu realizar meu desejo, e, ao encontrarmos na entrada do Pátio Savassi, eu me encantei ainda mais por aquele Jack Russell Terrie.
Fiquei fazendo aquele carinho na orelha que ele amava até que sua mãe o levasse embora, e então tivemos que nos encarar de verdade.

Pelas experiências que eu tinha de brigas entre amigos, pensei que aquele seria o momento em que ficaria o maior climão, um encarando o outro sem saber por onde começar até que um começasse a descarregar sua raiva no outro, mas não foi bem assim que aconteceu.
Assim que ele voltou do carro, após ter entregue o cachorrinho para sua mãe, Artur veio correndo e me abriu o maior sorriso. Bem, na verdade eu não deveria ter pensado que nossa discussão seria como os da telinha de cinema, tratando-se de um garoto totalmente peculiar como ele.
Acabei cedendo e dei um sorriso também, retribuindo o abraço, mas logo me lembrei que eu não estava ali para isso e falei para irmos andando enquanto discutíamos.
-É... bem... na verdade, por que a gente brigou mesmo?
O meu primeiro sentimento ao ouvir aquilo, foi de raiva. Como assim ele não lembrava da nossa briga? Já ia começar a xingar quando percebi que também havia esquecido o motivo, e acabei caindo numa crise de riso.
-Vai me dizer que também não lembra?
Acontece que, na verdade, isso estava acontecendo porque a um tempo percebemos que brigar por telefone nunca dava em nada, e resolvemos adotar um método semelhante ao de Lilly e Marshall da série How I Met Your Mother. Adaptamos a nossa "Pausa" para a seguinte situação: quando percebêssemos que estávamos caindo em uma daquelas briguinhas bobas sem fim por meio de mensagens, daríamos uma "pausa" na confusão, mudando de assunto e aguardando para resolver a questão quando nos encontrássemos.
-É... na verdade essa ideia da pausa  pode não ser uma boa, acabei realmente me esquecendo também, seu bobo.
-Se nós dois esquecemos, é porque era uma coisa muito boba Júlia, vamos logo parar de perder tempo e escolher o filme que será a trilha sonora do início da nossa história de amor.
É claro que ele estava brincando, esse era seu jeito, sempre fazendo gracinhas que me faziam rir e revirar os olhos ao mesmo tempo.
Na fila para comprar os ingressos, começamos a pensar qual filme seria melhor. Logo de cara já falei de "Carrossel 2" zombando dele por assistir a novela infantil referente ao filme. A segunda opção era "Procurando Dory", que eu achava fofo, mas ele já havia assistido. "Truque de mestre 2" eu já combinara de assistir com meu pai, e "Como eu era antes de você" eu tinha assistido na mesma semana com algumas amigas e, além disso, até onde eu sabia, o Artur jamais aceitaria assistir um filme de comédia romântica.
-É, acho que a melhor opção vai ser Dory mesmo, faço o sacrifício de assistir de novo com você.
E mais uma vez sorri e revirei os olhos.

O filme logo começou, e em meio as cenas fofas e as piadas que ele fazia, fui lembrando das perguntas que minhas amigas haviam feito quando falei que iria ao cinema com o Artur. "Não estou acreditandoooo, você vai ficar com ele??? Se não, não tem vergonha do clima que vai ficar???? Ele só pode estar com segundas intenções sua boba". Mas eu acabei convencendo as meninas de que aquilo era apenas amizade e não via problema algum em ir assistir um filme com meu melhor amigo. Afinal de contas, realmente não estava pintando nenhum clima ali, éramos apenas duas pessoas normais na sala de cinema.
Eu realmente gostava dele como amigo, uma pessoa que sempre alegra o ambiente mas que, comigo, sabia o momento de levar uma conversa a sério.
Nem vi o tempo passando, e ele me falou que o filme já estava chegando no final. Estava em uma cena em que ocorria uma perseguição, e, bem no momento que apareceu o carro de polícia na tela, vi uma luz vermelha piscando nas duas laterais da sala de cinema. Num primeiro momento, pensei que aquilo pudesse ser um efeito especial do filme, já que na cena havia uma sirene acionada. Porém, pensei que isso não seria possível, já que nem 3D o filme era. Comecei a ficar desesperada quando o Artur me disse que não lembrava de ter visto isso quando assistiu o filme pela primeira vez, e foi quando a porta de emergência se abriu e várias pessoas começaram a sair da sala em pânico. Eu estava em choque, não sabia o que fazer, nem o que estava acontecendo, só pensei em segurar na mão dele e tentar sair dali o mais rápido possível. Só conseguia pensar em tragédias acontecendo dentro do shopping e centenas de pessoas desesperadas sem saber o que fazer. Mas a sorte acabou ficando do nosso lado, e em poucos minutos um rapaz que trabalhava no cinema nos informou que havia sido apenas um alarme falso que algum engraçadinho devia ter acionado para assustar as pessoas. Voltamos aliviados para os nossos assentos para terminar de ver o filme, mas eu não conseguia concentrar e parar de sorrir de felicidade por não ter sido nada grave. E então passamos o restinho da sessão rindo e comemorando, apesar dele não admitir que também tinha ficado morrendo de medo. Quando o filme terminou, ainda sem acreditar no que havia acontecido, tiramos uma foto pra registrar aquele momento, de um dia maluco que eu contaria depois como a minha "experiência de quase-morte".

E agora, aqui está aquela foto. Os dois na sala de cinema quase vazia enquanto passavam os créditos do filme, eu com a cabeça em seu ombro e ele fazendo o sinal de joia com a mão. Na legenda eu pude ler a frase que mudou tudo. Na mesma hora chegou notificação de mensagem do Artur dizendo "escuta a música quando der", e foi o que eu fiz imediatamente. 
Não sabia quanto tempo tinha passado, até eu perceber que estava escutando a música pela sétima vez seguida, sem acreditar na letra que eu estava lendo. O trecho que ele escolhera para mim dizia "You know my style, I say anything to make you smile" e eu não sei qual foi o feitiço que ele jogou naquela canção, mas a cada vez que eu escutava a música eu enlouquecia mais.

Nessa meia hora que se passou foi que eu comecei a pensar em tudo. Eu podia estar alterada pelas fortes emoções que me atingem no meu aniversário, mas e se essa demonstração de carinho tivesse lá suas segundas intenções? O Artur realmente fazia de tudo para me alegrar, e sempre conseguia me animar em dias ruins. Lembrei-me do dia do cinema, em que depois do filme fomos passear pelo shopping, o que até hoje chamamos de "maratona", de tantas voltas que demos. Mas eu nem tinha visto o tempo passar, ao lado dele a conversa sempre fluía e o clima ficava agradável. E então, quando minha mãe ligou dizendo estar chegando para me buscar, senti um aperto no peito. Eu não queria ir. Além do mais, minha mãe queria que eu fosse com ela em uma exposição de cavalos que estava tendo em BH, dizendo que queria minha companhia. Artur insistia para que eu pedisse para ficar e assistisse a mais um filme com ele, e poderia até ser aquele romântico. Mas nessa hora me bateu um desespero, eu não sabia o que faria se ficasse um clima entre a gente, não tinha pensado a respeito e acabei indo embora para evitar confusão.

É claro que o passeio com minha mãe foi um saco. Quando chegamos lá, ela acabou encontrando com alguns amigos, e cada vez eu me perguntava mais o que estava fazendo naquele lugar, enquanto poderia estar vendo um filme legal com meu melhor amigo.
Estava pensando nisso quando ela me chamou dizendo que seu amigo me levaria em casa, porque eles ainda ficariam muito tempo lá, e que se fosse pra ficar com cara ruim era melhor ter ficado mesmo no shopping para ver o outro filme. Não acreditava que ela estava falando aquilo depois de ter praticamente me obrigado a ir, mas respirei fundo e me despedi.
Chegando em casa preferi afastar esses pensamentos, já que, pelas mensagens que recebi do Artur, ele não demonstrava segundas intenções. E eu realmente tentei não pensar mais nisso. Até agora.

Sabia que precisava me acalmar e colocar os pensamentos em ordem, mas parecia algo impossível no momento. Ele estava me perguntando se eu havia escutado, e o que tinha achado, e respondi dizendo que ele realmente me surpreendera, falei que a música tinha acabado comigo e que eu não conseguia parar de escutar. Não sei se nesse momento ele já tinha percebido o que eu estava pensando, mas acredito que sim, porque os dois acabaram ficando sem palavras.

Com uma mistura de sentimentos e lembranças loucas que me atingiram naquele momento, fechei os olhos e coloquei a música pra tocar mais uma vez, e foi quando a Bia me chamou.
Morena, linda, magra, alta, dramática e super simpática é como eu defino minha melhor amiga. Nos conhecemos aos 11 anos, e, estudando na mesma sala de aula, com um ano de amizade já éramos inseparáveis. Quando estava indo para o oitavo ano do Ensino Fundamental, minha mãe decidiu me mudar de colégio, e foi um drama só. Eu amava minha escola, amava meus amigos, amava aquele lugar e não queria deixá-lo de jeito nenhum, mas com o tempo fui me adaptando ao novo ambiente e vi que aquilo seria melhor para mim. Mas, antes disso, eu e a Bia fizemos um juramento, com direito a cuspe na mão e promessa de não abandonar aquela amizade, que, até hoje, estava sendo muito bem cumprida.
E agora, no meu sexto aniversário tendo essa quase irmã, ela ainda me encantava com seu carinho e humor. Li e reli o textinho de feliz aniversário que ela me mandara, muito agradecida por ter uma pessoa que me entenda tão bem.

A comemoração do meu aniversário de 17 anos seria naquele dia mesmo, na minha casa e só para os amigos mais próximos. Contava com cerca de quinze pessoas para passar aquela noite comigo, e estava pensando em como seria o meu dia quando a Bia me ligou. Corri para o andar de baixo da minha casa para que pudesse conversar sem causar problemas com minha família dorminhoca e atendi a chamada escutando um grito de "PARABÉEEEEENS" que quase me deixou surda, e depois de me desejar novamente um feliz aniversário, a doidinha foi ao que interessa:
-Bem Ju, na verdade, eu te liguei pra perguntar uma coisa... - lá vem, já posso me preparar pra bomba - é que você sabe que eu to namorando com o Lucas... e como seria legal a gente poder sair em casais... e você tá ficando com o Dino né... e nós pensamos se você não iria querer chamar ele pra ir hoje... além de ser companhia pro Lu você ainda garante umas beijocas!
A não, ia começar aquela historinha de novo. Eu precisava interromper antes de gerar mais uma confusão. Dino era o Diego, melhor amigo do Lucas, que é o atual namorado da Bia, que é minha melhor amiga. Até aí, pelo que ela falou, parece uma história maravilhosa, mas não é bem assim que funciona. Primeiramente, nós nunca estivemos ficando. Foi coisa uns 2 meses, em que encontrávamos por acaso por estar no mesmo círculo de amizade e acabávamos ficando. Mas era apenas isso. O Dino não era menino pra namorar, e eu sabia disso. Por mais que seja uma pessoa super gente boa, desde o início eu sabia que não podia me iludir, e foi o que fiz. Saía quando dava, conversava raramente, e era apenas aquilo.
Expliquei aquilo pra Bia, que não ficou nem um pouco satisfeita com a resposta.
- Mas Ju, disso aí você sempre soube, e nunca se importou, sabe que podemos sair nós quatro juntos sem que vocês tenham algo sério, e além do mais, terão outras pessoas na sua festinha, não é como se fosse um encontro romântico ou  algo assim.
-É... nesse ponto você tem razão, mas não sei, eu só não estou afim hoje...
Mas minha melhor amiga me conhecia bem demais pra acreditar naquilo, e sabia que tinha algo por trás, o que foi suficiente para 10 minutos de discussão, até ela conseguir arrancar a verdade de mim.
-Tá bom Bianca, eu vou te explicar, mas saiba que não falei sobre isso nem comigo mesma, e quero que você deixe só entre a gente, até porque não tenho certeza de nada.
-Júlia Alves de Macedo -vish, falou meu nome completo, a coisa tá ficando séria- ou você desembucha AGORA ou vou ser obrigada a te torturar no dia do seu aniversário.
É, eu realmente teria que contar pra ela, não adiantava tentar esconder as coisas da minha melhor amiga.
-Ok.. eu vou falar... é que você sabe né, eu tenho conversado com o Artur, aquele meu amigo, praticamente o dia inteiro, e desde que fomos ao cinema juntos venho percebendo umas situações meio estranhas... e agora ele postou uma foto comigo, e sério, eu não sei o que aconteceu, mas a legenda mexeu muito comigo, e não sei se pode ter alguma intenção a mais... só sei que, se tiver, eu não tô nem um pouco afim de estragar a minha amizade de anos por um cara que só quer curtir o momento e...
-Ai meu Deus, eu já entendi TUDO -fui interrompida por mais um grito- JÚLIA, já acessei o instagram dele enquanto você ficava nessa enrolação, e que ele está apaixonado por você é mais que ÓBVIO, além de me lembrar do sorriso bobo no seu rosto enquanto conversa com ele, mas ainda não tinha certeza de que MINHA AMIGA TAMBÉM ESTAVA APAIXONADA! AI QUE LINDOS!
E é por isso que eu não queria contar pra ninguém, eu não tinha certeza de nada, nem dos sentimentos dele e nem dos meus, e não queria acabar com tudo por um engano.
-Bia, eu to falando muito sério - nesse momento ela percebeu que eu não estava brincando, e a importância que aquilo tinha pra mim, e resolveu me escutar de verdade - pode ser que o Artur realmente goste de mim, e não vou mentir pra você, depois que de escutar aquela música quinhentas vezes chorando, eu não posso negar que talvez sinta algo por ele também, mas não quero me enganar, só quero deixar as coisas rolarem pra ver o que vai dar, e se isso for verdade, ele vai dar mais algum sinal. É que eu andei lembrando também, daquela época que eu namorei o Pedro...
-Não senhora Ju, nada de relembrar ex namorado bobão agora!
Mas para vocês entenderem, o Pedro havia sido uma grande bobagem da minha vida, estuda na minha escola, mas eu nunca tinha trocado mais que algumas palavras, até que esse ano ele foi da minha sala e, no carnaval, acabamos trombando e começamos a conversar. Fiquei com ele apenas no último dia do feriado, mas parecia ter valido a pena. Durante um mês saímos juntos e nos divertimos demais, até que ele me pediu em namoro. Eu sabia que não gostava de verdade dele, mas estava feliz no momento e não pensei no futuro, e o que aconteceu foi que nossa relação só piorou a partir daí, e terminamos antes de completar dois meses que estávamos juntos. Não sofri, fiquei triste apenas por ter me enganado a respeito da pessoa que ele havia me mostrado ser no começo da relação, mas levo isso como um aprendizado para não cometer o erro novamente.
-Amiga, eu não estou relembrando ele, fica calma que você vai entender. É que quando a gente ainda namorava, me lembro perfeitamente de um dia em que estávamos juntos em uma festa quando o Artur apareceu. Abri o maior sorriso pra ele e fui cumprimentar, mas notei que o Pedro não havia gostado daquilo, apesar de serem colegas e dele saber da nossa amizade. A partir daí o menino ficou louco, tentava me agarrar sempre que o Artur estava perto, e quando notei a provocação, parei aquilo na mesma hora. Não falei nada com ninguém, mas era impossível não notar o olhar de tristeza do meu amigo, e isso acabou comigo.
-Ai gente, desculpa por ter te zombado tanto! Só agora percebi a importância disso tudo pra você, e pode ficar tranquila que vou despistar o Dino, e hoje, quando eu conhecer o Artur, direi o que acho, mas pelo que entendi, essa história ainda vai render muito, sua apaixonada!
Logo nos despedimos e subi novamente para tentar dormir, já que estava tarde e eu teria que estar descansada durante o dia, mas antes disso, é claro que coloquei 21 Questions para tocar, e ativei o modo de repetição.
Entrei no celular para me despedir do Artur.
-Você sumiu, achei que tinha dormido - ele disse
-Ainda não, estava conversando com a Bia, que por sinal você vai finalmente conhecer. Você vem hoje mesmo, né?
-Claro que vou, mas devo chegar mais tarde por causa da competição que te falei - ele era viciado em jogos online - mas pode me esperar. Mas aqui, você realmente gostou da música?
-Você não imagina o quanto, Artu, você me matou com essa música...
-Então eu atingi meu objetivo... boa noite, Julha.
Esses eram os nossos apelidos que ninguém entendia. E foi quando eu quebrei uma promessa que tinha com ele de brincadeira, em que eu havia selecionado um trecho de uma música que ele me enviara logo no começo da nossa amizade e colocado no meu status do celular: "Mais fácil se esconder do que expor teu coração" , dizendo que preferia guardar meus sentimentos, o que ele brincava falando que então eu não podia enviar emoticons apaixonados, e sim aquele em que a carinha estava com um óculos, porque aquilo era a representação de como eu ficava tentando esconder o que sentia.
-Eu te amo, Artu <3
-Eu também amo você, Julha (não acredito que consegui te fazer expor) <3
E assim eu adormeci, com uma situação que até algumas horas atrás eu nunca imaginara, e louca pra saber o que estava por vir naquele 30 de julho.
 

(apenas um capítulo da minha história, que vim contar aleatoriamente para vocês)
(ficarei feliz com comentários sinceros, é sério, quero saber o que realmente acham :))

20 comentários:

  1. Oi querida,
    Adorei a historia, fiquei tão envolvida que me esqueci da hora. Eu li ele todinho e pretendo ler mais histórias assim. Júlia, eu sei que é meio louco, mas isso aconteceu mesmo? Se sim, minha querida ADOREI ♥

    ~ Eu estou com uma amizade parecida com essa da "Júlia e do Arthur". Já recebi uma música (escrita por ele ♥), conversamos e tudo mas. Ahh, e fazemos aniversário no mesmo mês :)

    Bom, eu quero apenas dizer que adorei ler a história. E quero sabe se você vai deixar ele aqui ou vai levar para o Wattpad. Que ficaria melhor para divulgar e ver a reação dos leitores.

    Beijos, Enjoy Books

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    1. Ei Alice, muito obrigada pelo carinho! É uma história verídica sim! Então pode acreditar na sua também! Fico feliz que tenha gostado, e pretendo desenvolver a história! Ainda estou no começo, não pensei exatamente como vai ser, mas fique tranquila que te dou notícias! Beijos 😘

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  2. Fiquei feliz por ter mais uma autora nascendo👏👏 linda historia , você esta de parabéns. Há e não esqueça de continuar e de publicar o livro fisico estou na lista de compra 😀 bjs e abraço de @Uma_pequena_leitora 😘😘

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    1. Fico até emocionada de ler comentários como esse! Muito obrigada pelo carinho, e pode deixar que dou notícias! 😘

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  3. Adorei esse primeiro capítulo da sua história, Ju, já quero ler mais. Já tem nome o livro? Já tem mais capítulos escritos? Pretende postar em algum lugar ou publicar? Parabéns e muito sucesso! Vou torcer pela Júlia e pelo Artur, eles são fofos ��

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    1. Ai gente, meu coração nem aguenta de tanta felicidade! Ainda estou no começo da história, mas assim que estiver mais desenvolvida dou notícias! Muito obrigada pelo carinho de sempre! Beijo 😘

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  4. Nossa, eu amei demais!! Cadê a continuação? Preciso saber o que vai acontecer rsrs
    Alias, parabéns viu.

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  5. Eu não estava feliz até que eu conheci Dr.Akpada através destes detalhes (akpadatemple@hotmail.com) porque meu marido me deixou e nunca teve a intenção de voltar para casa. Mas apenas dentro de 48 horas que eu entrei em contato com Dr.Akpada meu casamento mudou para o lado positivo, No primeiro meu marido voltou para casa e desde então o meu casamento tem sido mais romântico do que nunca.

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  6. Ameii!!!!! E é uma história real?! Amei ainda mais kkkkk

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  7. Que história linda! Parabéns Júlia, vou ler os outros dois capítulos, pois fiquei encantada! 💖
    Que escrita ótima (adoro falar do modo como as pessoas escrevem, pois isso me prende muito) bem envolvente e também aproveita cada espaço e momento da história. Amei! Continue com esse trabalho lindo.
    Ps: Você me convidou para ler ontem, mas como estava na faculdade, não deu tempo. Obrigada pelo convite, vou ficar acompanhando o blog quando puder! ❤

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  8. Amei sua história,acredita que me lembrou da Paula Pimenta?. Não sei se você lembra de mim, mas ontem você me mandou uma mensagem no insta. E eu disse que amei a sua página,e sempre que der eu vou acompanhar seu blog. Beijos ❤

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  9. Ahhhhhhh eu amei muito. Você escreve muito bem. Eu ia comentar que você me lembrou a Paula Pimenta, mas aí vim escrever e vi que alguém comentou isso antes de mim. Mas é verdade, enquanto li me lembrei da Paula, que é uma escritora muito boa!

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  10. Amei!!! Você escreve super bem!!! Parabéns!!!

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  11. Parabéns {só tive tempo de ler hj} muito bom amei 😌❤

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  12. Adoro histórias que são escritas com base em fatos da vida real !! Continue escrevendo, já amei de cara e não posso esperar pra ler os próximos capítulos !

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  13. Muito bom!! Gostei bastante! Vou continuar a ler! Estou em uma relação meio "Julia & Artur" também! @fc.pimentinha

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